Filho de Faustão agradece apoio fala sobre recuperação do pai
O estado de São Paulo realizou 1.557 transplantes de órgãos entre janeiro e agosto deste ano, segundo dados atualizados na quinta-feira (7) pelo Ministério da Saúde. O rim foi o órgão mais transplantado, com 1.166 cirurgias, seguido pelo fígado (391).
No Brasil, já foram feitos 5.755 transplantes no mesmo período. O rim lidera o total, com 3.847 procedimentos (2.368 em homens e 1.479 em mulheres), seguido pelo fígado (1.516, sendo 977 em homens e 539 em mulheres) e pelo coração (248).
Entre os estados, atrás de São Paulo aparecem Minas Gerais (430 transplantes renais) e Rio de Janeiro (345), enquanto no fígado Paraná (181) e Rio de Janeiro (176) completam o topo.
Apesar de liderar em número de cirurgias, São Paulo também concentra a maior parte da fila de espera por um órgão: 22.414 dos 46.722 pacientes que aguardam um órgão no país vivem no estado. No total, 43.319 esperam por um rim, 2.310, por um fígado e 445, por um coração.
Nesta semana, o apresentador Fausto Silva, de 75 anos, passou por um transplante de fígado e um retransplante renal. Desde o início do seu tratamento de saúde, em 2023, foram quatro transplantes no total.
Faustão: como funciona transplante de fígado e de rim
João Silva, filho de Faustão, agradeceu nesta sexta-feira (8) o apoio dos fãs e amigos após o pai ter sido aos procedimentos. Ele disse que o apresentador está se recuperando bem.
“Passando aqui para agradecer, em nome da família, por todo carinho de vocês, todas as orações, independente de crença, e dizer que isso realmente faz a diferença nesses momentos. Meu pai é um cara muito forte, inspira todo mundo, os amigos, a família, e a gente vê que realmente a palavra deste momento é resiliência”, disse.
“Quero agradecer a Deus por, realmente, estar dando a oportunidade do meu pai se recuperar, ele está indo muito bem na recuperação. E agradecer a vocês, porque isso faz toda a diferença. Muito obrigado, em nome da minha família, da minha mãe Luciana, dos meus irmãos e de todos os amigos. Muito obrigado”.
Faustão passa por transplante de fígado e retransplante renal em SP
Faustão está internado no Hospital Albert Einstein, na capital paulista, desde 21 de maio por conta de uma infecção bacteriana aguda com sepse.
De acordo com o boletim médico, os órgãos, provenientes de um único doador, foram considerados compatíveis pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo, que acionou a instituição para a realização dos procedimentos.
O apresentador Fausto Silva, o Faustão, em uma de suas internações em São Paulo para transplante de órgãos.
Reprodução/Instagram
Sistema Nacional de Transplantes
De acordo com o Ministério da Saúde, o país possui atualmente o 2° maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, mas o grande volume de procedimentos faz com que a quantidade de pessoas ainda precise passar por uma lista de espera.
Como nas outras duas ocasiões, Faustão foi incluído novamente na fila de transplantes de órgãos, que é gerenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por conta do agravamento do seu quadro clínico, ele teve prioridade, por se encaixar em vários critérios técnicos de saúde.
No ano passado, o país ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 30 mil transplantes de órgãos e tecidos realizados em um único ano, de acordo com o Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Como funciona a fila do transplante?
Foram 30,3 mil procedimentos em 2024. Cerca de 85% dos procedimentos foram realizados pelo SUS, que destinou R$ 1,47 bilhão à área no ano passado — valor 28% superior ao de 2022.
Parte dessa marca histórica veio do estado de São Paulo, onde Fausto Silva mora. Até esta quarta-feira (8), o Brasil já tinha feito 5.755 transplantes de órgãos em 2025.
Transplante sendo realizado em hospital
Arquivo Pessoal
Quais são os critérios de prioridade?
A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) aponta que a lista de espera dos pacientes gerida pelo SUS prioriza, entre outros fatores: a gravidade da doença e crianças, que são prioridade tanto em caso de o doador ser uma criança como quando concorrem diretamente com adultos.
A localidade do paciente e a compatibilidade genética também é outro fator importante na decisão de quem receberá o órgão, além do tipo sanguíneo do doador e do receptor dos órgãos.
A lista para transplantes é única e vale tanto para os pacientes do SUS quanto para os da rede privada, explica o Ministério da Saúde.
Segundo a pasta, “a lista de espera por um órgão funciona baseada em critérios técnicos, em que a tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados”.
Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica.
A pasta diz que são eventos determinantes de prioridade na fila de doação as seguintes situações dos pacientes:
a impossibilidade total de acesso para diálise (filtração do sangue), no caso de doentes renais;
a insuficiência hepática aguda grave, para doentes do fígado;
necessidade de assistência circulatória, para pacientes cardiopatas; e rejeição de órgãos recentes transplantados.
Confira o passo a passo da fila de transplantes
Veja abaixo o passo a passo de como funciona o processo de recebimento de órgãos na fila do SUS, segundo informações do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos:
A lista funciona por ordem cronológica de cadastro, ou seja, por ordem de chegada;
Também é levado em consideração a gravidade do quadro – quem necessita de internação constante (com uso de medicamentos intravenosos e de máquinas de suporte para a circulação do sangue) tem prioridade em relação à pessoa que aguarda o órgão em casa;
Tipo sanguíneo – um paciente só pode receber um órgão de um doador que tenha o mesmo tipo sanguíneo que ele;
Porte físico – alguém alto e mais pesado não pode receber o coração de um doador muito mais baixo e magro que ele;
Distância geográfica – o órgão precisa ser retirado do doador e transplantado no receptor em um intervalo de até 4 horas, isso é chamado de tempo de isquemia, o tempo de duração deste órgão fora do corpo, ou seja: não é possível fazer a ponte entre duas pessoas que estejam muito distantes uma da outra.
O tempo de isquemia, inclusive, determina se um carro ou avião será usado para o transplante, com custos arcados pelo SUS;
Fila de transplante de órgãos passa de 50 mil pessoas pela primeira vez no Brasil
Faustão em foto de 2023
Reprodução/Redes sociais