
A Polícia Civil de São Paulo prendeu, nesta quarta-feira (15), Danilo Pereira Pena, de 36 anos, conhecido como “Matemático”, suspeito de envolvimento na morte do ex-delegado-geral da corporação Ruy Ferraz Fontes. Ele foi localizado no bairro do Morumbi, zona sul da capital paulista. Danilo teria organizado parte da operação criminosa e atribuído a Luiz Henrique Santos Batista, o “Fofão”, a missão de transportar Rafael Marcell Dias Simões, conhecido como “Jaguar”, de São Vicente para São Paulo.
A morte de Ferraz Fontes completou um mês e segue sendo investigada pela Polícia Civil. Uma das principais hipóteses é de que o crime esteja ligado a uma licitação de R$ 24 milhões realizada em setembro pela Prefeitura de Praia Grande, onde o ex-delegado atuava como secretário de Administração. A concorrência pública, segundo as investigações, teria prejudicado uma entidade associada aos criminosos.

Ferraz Fontes foi executado a tiros em 15 de setembro, após deixar o trabalho na Prefeitura de Praia Grande. Até o momento, seis suspeitos foram presos, enquanto dois permanecem foragidos. Outra pessoa morreu em um suposto confronto no Paraná. A relação entre a licitação — voltada à aquisição de materiais elétricos — e o assassinato permanece como uma das principais linhas investigativas, embora outras possibilidades também estejam sendo analisadas.
Ruy Ferraz Fontes ficou conhecido por sua atuação no combate ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Em 2006, ele indiciou toda a cúpula da facção, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, antes do isolamento do grupo na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP). Em 2019, quando Marcola foi transferido para um presídio federal, Ferraz Fontes era o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, cargo que ocupou até 2022.
Após o assassinato, o subsecretário de Gestão e Tecnologia de Praia Grande, Sandro Rogério Pardini, e quatro servidores municipais foram alvos de mandados de busca e apreensão. Eles não são considerados suspeitos, mas os materiais recolhidos podem contribuir com a investigação. Durante as buscas, a polícia apreendeu celulares, computadores, três pistolas, cerca de R$ 50 mil em espécie, mil euros e 10 mil dólares. Também foram encontrados cartões bancários, registros de armas e anotações com nomes de pessoas.
Em nota, a defesa de Pardini afirmou que ele “nega veementemente qualquer participação, direta ou indireta, nos fatos apurados” e que os bens apreendidos “não têm relação com o caso”. O advogado Octavio Rolim acrescentou que o subsecretário foi ouvido como testemunha e “está à disposição das autoridades para colaborar”. “Sandro tem uma vida voltada ao trabalho lícito e ao cuidado com a família”, diz o comunicado.
*Com informações do Estadão Conteúdo