Há exatos 37 anos, uma canção com quatro meses de lançamento chegava ao primeiro lugar da Billboard Hot 100. E era só o início de seu sucesso: o primeiro lugar no topo das paradas foi sucedido por um Oscar, um Globo de Ouro e um Grammy. Trata-se de um dos maiores românticos duetos feitos na década de 1980 por Jennifer Warnes e Bill Medley (Righteous Brothers), (I’ve Had) The Time of My Life.
Ao falar da canção, imediatamente pensamos na dança final e icônica de Dirty Dancing. É possível afirmar até que a maioria das pessoas relacionam mais a balada romântica à Jennifer Grey e a Patrick Swayze, os protagonistas do filme, do que de fato aos artistas que cantam a música.
A música foi escrita por Franke Previte, John DeNicola e Donald Markowitz. À época, Previte, ex-vocalista da banda Franke and the Knockouts, foi abordado para escrever algumas músicas para um filme independente de baixo orçamento chamado “Dirty Dancing”. Inicialmente, o cantor hesitou, mas acabou aceitando a proposta e, junto com seus colaboradores, criou “(I’ve Had) The Time of My Life”.
A escolha dos intérpretes para a canção foi um processo cuidadoso. Os produtores do filme queriam uma voz masculina e uma feminina que transmitissem a emoção e a química necessária para a cena final do filme. Bill Medley, conhecido por seu trabalho com The Righteous Brothers, foi escolhido para ser a voz masculina. Para a voz feminina, Jennifer Warnes, uma cantora que já possuía uma carreira de sucesso, foi convidada a participar. Medley inicialmente recusou devido ao nascimento iminente de seu filho, mas acabou aceitando após uma insistência dos produtores.
Bill Medley e Jennifer Warnes
Em uma estratégia ousada de marketing, a trilha sonora de Dirty Dancing foi lançada antes mesmo da estreia do filme nos Estados Unidos, no dia 4 de agosto de 1987. Associada ao filme, a canção também possui uma carga simbólica. No enredo, o amor proibido do casal, composto por uma mulher advinda de uma família rica (Baby) e seu instrutor de dança (Johnny) , ultrapassa as barreiras de estigmas sociais e é concretizado. Pela história acontecer nos anos 60, existe uma relevância nesta “conquista” e opção feita pelo casal, principalmente por Baby, considerando a falta de poder decisivo das mulheres ricas da época. E é exatamente com a dança final dos protagonistas que esse amor é assumido e consolidado.
O longa conquistou o Oscar de Melhor Canção Original com a icônica “(I’ve Had) The Time of My Life”. Na cerimônia de 1987, a música disputava o prêmio com temas de outros grandes sucessos da época, como Um Tira da Pesada II, Um Grito de Liberdade, Manequim e A Princesa Prometida.
Além disso, “(I’ve Had) The Time of My Life” garantiu o Grammy de 1988 na categoria de Melhor Performance Pop por um Duo ou Grupo com Vocais. Nesse mesmo ano, a balada de Dirty Dancing superou a super popular “La Bamba”, interpretada pela banda Los Lobos.
Nos Estados Unidos, o álbum ficou 18 semanas consecutivas no topo da Billboard 200, um feito que ainda o coloca entre os 10 discos mais bem-sucedidos em alcançar tal marca, ao lado de clássicos como Thriller (1983), de Michael Jackson, e 21 (2011), de Adele. O disco também recebeu um certificado multiplatina por suas impressionantes vendas
Sequência de Dirty Dancing
O filme de 1987 tem uma sequência confirmada. Antes, a previsão de estreia do novo filme era para 2024. Porém, a greve dos roteiristas e atores dos Estados Unidos de 2023 adiou-a para 2025, sem data específica.
Em 2022, Jennifer Grey, a protagonista, disse à revista Variety que estava animada “com o desafio de olhar para a história de um ponto de vista do que acontece quando, 30 anos depois, são os anos 1990. O que acontece com a pessoa que teve essa experiência — o que aconteceu com ela e o que agora é relevante sobre a história original em um momento diferente, olhando por uma lente diferente.” Ademais, segundo ela, o longa mostrará as consequências do que aconteceu em “Dirty Dancing” e mostrará uma protagonista diferente de como a conhecemos.
Infelizmente, a co-estrela do filme, o galã Johnny (Patrick Swayze), faleceu em 2009. Para a revista Deadline, o diretor Jonathan Levine disse que vai homenageá-lo de alguma forma. “Johnny é parte da jornada de Baby. O filme existe em diálogo com o original. Queremos introduzir esta história a toda uma nova geração. Com isso em mente, a ausência de Johnny tem grande importância na história”, contou Levine. “Este filme existe em um diálogo com o original. Queremos apresentar esta história a toda uma nova geração. Dito isto, a ausência de Johnny paira sobre a história, então é uma história de amadurecimento, mas também um amadurecimento para o personagem de Baby de certa forma”, adicionou.
Assim como o filme original, a nova produção será uma história de amadurecimento focada nas vivências de uma jovem em um acampamento de verão. No entanto, a trajetória de Baby será expandida, trazendo uma trama mais complexa e multifacetada.
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