Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) – A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira o projeto de lei que regula o mercado de carbono, permitindo a compensação de emissões de gases do efeito estufa a partir de créditos de carbono por meio de um sistema de comércio, com o objetivo de mitigar as emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Já analisada pelo Senado, a proposta segue para sanção presidencial.
O projeto prevê duas modalidades para a constituição de créditos de carbono: o mercado regulado ou o mercado voluntário.
No caso do regulado, determinados setores econômicos terão limites para a emissão de gases do efeito estufa. O voluntário deve seguir uma dinâmica própria.
O texto aprovado estabelece proteções e garantias aos produtores rurais na operacionalização do mercado de carbono, na avaliação da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Alguns deputados, como Chico Alencar (PSOL-RJ), avaliaram que o texto aprovado nesta terça pela Câmara está longe do ideal, mas já apresenta uma melhora em relação ao votado por senadores.
‘Conversando aqui não só com a nossa assessoria, mas também com a bancada presente, entendemos que aqui se trata de uma ligeira melhoria’, declarou o deputado em plenário.
‘O princípio geral da nossa compreensão é de que os bens da natureza não deviam ser mercantilizados, condicionados ao capitalismo, que é predominantemente financiarizado no mundo… Mas entendemos que há avanços no projeto que veio do Senado.’
Para o relator, deputado Aliel Machado (PV-PR), o projeto abre a possibilidade de unir a discussão econômica à agenda ambiental.
‘O mundo está de olho no Brasil não é à toa. Apenas na nossa floresta amazônica, nós temos mais de 400 milhões de hectares’, disse o relator em plenário
‘Nós temos, através desse projeto, a oportunidade de garantir uma independência econômica e valorizar economicamente aquilo que nós sempre fizemos sem nunca ter um retorno financeiro — a proteção do meio ambiente.’