
Minas Gerais continua a enfrentar desafios significativos em relação à segurança de suas barragens, mesmo após as tragédias de Mariana e Brumadinho. Um relatório recente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico destacou que o estado foi responsável por um aumento considerável no número de barragens cadastradas no Brasil em 2024, com 527 novas estruturas, representando um crescimento de 8% em relação ao ano anterior. Dentre essas, mais de 30 são consideradas prioritárias para a gestão de segurança, sendo 28 ligadas à mineração. Apesar de a maioria das barragens em Minas Gerais estar classificada com dano potencial associado baixo, ainda existem estruturas com risco médio e alto.

Duas barragens, Forquilha 3 em Ouro Preto e Serra Azul em Itatiaiuçu, estão no nível de emergência três, o mais alto na escala de risco. Ambas pertencem a grandes mineradoras, Vale e ArcelorMittal, respectivamente, e ainda não cumpriram todos os requisitos legais de segurança, segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Em caso de acidentes, há riscos significativos para a população e serviços essenciais. A fiscalização de quase 70% das barragens no estado é realizada por órgãos estaduais, como o Instituto Mineiro de Gestão de Águas e a Fundação Estadual do Meio Ambiente, sob a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.