
Morreu na manhã deste sábado (2), aos 82 anos, o jornalista José Roberto Guzzo, ex-editor da Veja, colunista de O Estado de S. Paulo e um dos fundadores da Revista Oeste. A causa foi um infarto. Segundo familiares, ele já enfrentava problemas crônicos no coração, nos pulmões e nos rins. O velório e o enterro serão realizados no Cemitério de Congonhas, em São Paulo. A notícia gerou uma série de manifestações de pesar de autoridades, colegas de profissão e admiradores.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que Guzzo marcou época “por sua coragem, lucidez e compromisso inegociável com a liberdade de expressão”. Em publicação nas redes sociais, Tarcísio classificou o jornalista como “uma referência intelectual que nunca se calou diante do poder”.
Recebo com tristeza a notícia da morte de J. R. Guzzo, um dos fundadores da Revista Oeste e um jornalista que marcou época por sua coragem, lucidez e compromisso inegociável com a liberdade de expressão. O país perde um referência intelectual que nunca se calou diante do poder.… pic.twitter.com/IKjnW8cOxG
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) August 2, 2025
O ex-deputado federal Deltan Dallagnol também prestou homenagem, chamando Guzzo de “um gigante do jornalismo brasileiro” e lembrando sua defesa da operação Lava Jato e de valores como liberdade, moralidade pública e respeito à Constituição. Outro nome da política, Fernando Holiday destacou o papel de Guzzo à frente da Veja, revista da qual foi diretor de redação entre 1976 e 1991. “Responsável pela era de ouro da Veja, Guzzo também foi um dos responsáveis pela fundação da revista Oeste”, escreveu.
Colegas de imprensa também se manifestaram. O jornalista Silvio Navarro, que trabalhou com Guzzo, afirmou ter perdido “sua maior referência para escrever”. “Obrigado por tudo”, escreveu. Caio Blinder disse que o colega foi “jornalista importante” e “fundamental” em sua formação. Já o comentarista político Xico Graziano lembrou a convivência com o jornalista no Estado de S. Paulo e o definiu como um profissional “verdadeiro, ativo, que nunca cedeu ao poder”.
Roger Rocha Moreira, vocalista da banda Ultraje a Rigor, lamentou a morte e classificou Guzzo como “o maior jornalista do Brasil”, destacando sua coragem e a precisão de suas análises. Admiradores também expressaram o pesar com a morte.
J.R. Guzzo seguia ativo profissionalmente. Na sexta-feira (1º), ele havia enviado ao O Estado de S. Paulo a coluna publicada neste sábado. Em tom crítico, como era sua marca, o texto abordava a crise diplomática envolvendo o Brasil e os Estados Unidos, após sanções da Casa Branca ao ministro Alexandre de Moraes.

Guzzo passou por algumas das principais redações do país. Começou no jornal Última Hora e trabalhou no Jornal da Tarde e no Estado de S. Paulo, onde foi correspondente internacional. Teve longa trajetória na Editora Abril, onde dirigiu a Veja e a Exame, contribuindo para o crescimento e a modernização das publicações. Participou de programas da Jovem Pan e foi colunista do site. Em 2020, participou da fundação da Revista Oeste, voltada ao público conservador.