
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga se uma perna humana encontrada na manhã deste sábado (6), na orla do bairro Ipanema, zona sul de Porto Alegre, pertence à mesma vítima cujas partes do corpo foram localizadas em diferentes pontos da capital nas últimas semanas. O achado ocorreu nas proximidades da Avenida Guaíba e mobilizou equipes do Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Segundo o delegado Mario Souza, diretor do Departamento de Homicídios, há grande probabilidade de que o membro pertença à mulher que já teve restos mortais localizados na rodoviária da capital e no bairro Santo Antônio. “Isso só poderá ser confirmado com exames de DNA”, afirmou. A cabeça da vítima ainda não foi localizada, o que dificulta a conclusão de laudos periciais.
O principal suspeito é o publicitário Ricardo Jardim, preso preventivamente na sexta-feira (5). Ele foi condenado em 2018 a 28 anos de prisão por matar e concretar o corpo da própria mãe. Em janeiro de 2024, progrediu ao regime semiaberto, mas não chegou a usar tornozeleira eletrônica por falta de equipamentos e acabou considerado foragido em abril.
De acordo com as investigações, a vítima seria uma manicure de 65 anos, natural de Arroio Grande e moradora de Porto Alegre, que mantinha relacionamento com o suspeito. Para a polícia, o crime teve motivação financeira: Ricardo teria tentado usar os cartões da mulher e se passou por ela em mensagens enviadas a familiares após o assassinato.
O corpo foi localizado em diferentes etapas. No dia 13 de agosto, membros foram achados na zona leste da capital. Em 1º de setembro, um torso foi encontrado dentro de uma mala na rodoviária, após permanecer no guarda-volumes por quase duas semanas. Agora, a perícia deve comparar o material genético da perna encontrada em Ipanema com os demais fragmentos já identificados.

As autoridades classificam o caso como feminicídio. A investigação também aponta que o suspeito agiu de forma premeditada, retirando as pontas dos dedos da vítima para dificultar a identificação e planejando o descarte das partes do corpo em diferentes locais. A polícia ainda busca localizar a cabeça da vítima, etapa considerada fundamental para a definição da causa da morte.
Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA