Conversar com Simon Le Bon é um verdadeiro privilégio. Com 40 anos de trajetória ao lado do Duran Duran, o vocalista compartilhou, em entrevista exclusiva à Antena 1, os bastidores do mais recente projeto da banda, “Danse Macabre”. Entre o lançamento da edição deluxe do álbum e um show inesquecível no Madison Square Garden neste Halloween, Simon abriu o jogo sobre o processo criativo, colaborações marcantes e os segredos por trás da longevidade de uma das bandas mais icônicas da música.
“O projeto inteiro começou com um sonho”
Perguntado sobre as faixas inéditas na edição deluxe de “Danse Macabre”, incluindo o cover de “Evil Woman”, do Electric Light Orchestra (ELO), Simon revelou que tudo começou com um devaneio inusitado: “O projeto começou com um sonho que Nick Rhodes teve uma noite, em que ele fingia ser o diabo”.
Além disso, explicou que o conceito do álbum foi moldado pela ideia do título, inspirado na alegoria medieval da Dança da Morte. Ele relembrou como a reação inicial ao sonho de Rhodes foi de humor contido: “A gente teve que tentar manter a cara séria porque, de certa forma, era meio cômico se você for olhar da forma errada”.
Foi a partir dessa mistura de humor e teatralidade que o álbum tomou forma. A banda decidiu abraçar a extravagância e até um certo tom de “ridículo” — o que, segundo Simon, permitiu que a ideia florescesse naturalmente.
Madison Square Garden: um Halloween inesquecível
Duran Duran nunca decepciona quando se trata de criar experiências únicas, e o show de Halloween no lendário Madison Square Garden foi um desses momentos que ficam para a história. Simon revelou como foi se preparar para essa performance espetacular:
“Foi uma experiência incrível! Mas, não foi fácil porque, se você parar para pensar, estávamos tocando muitas músicas que não são nossas. Particularmente, para mim como vocalista, tive que aprender muitas letras. Foi um trabalho difícil. E também tínhamos trocas de figurinos, cenários escandalosos, dançarinos no palco, bonecas enormes andando no meio da plateia. Foi bizarro”.
Com décadas de hits no repertório, o desafio de equilibrar o clássico e o novo é constante. Simon, no entanto, garante que a chave é a confiança: “Não ficar inseguro em relação a isso”.
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Billie Eilish e novas perspectivas
Uma das surpresas em “Danse Macabre” foi o cover de Billie Eilish. Simon já havia mencionado em entrevista para o Channel 5, no ano passado, que sua filha influenciou sua visão sobre o mercado musical contemporâneo, e isso também acabou impactando a banda.
Sobre a escolha da faixa, ele explicou: “O que aconteceu comigo e com a minha filha, me afetou primeiro. E aí, afetou o resto da banda também. Curiosamente, foi o John que escolheu a música da Billie Eilish. Mas se encaixa perfeitamente com o que você está dizendo”. Simon destacou que o apelo da canção estava em sua singularidade e experimentalismo: “A versão dela dessa música é incrível”.
Quatro décadas de parceria
Simon refletiu sobre o espaço do Duran Duran na indústria musical atual, reconhecendo a influência da banda e sua capacidade de adaptação: “Acho que, de certa forma, somos uma clássica banda de rock. Começamos como pop, mas não nos tornamos uma velha banda de pop porque isso nem faz sentido. Somos bastante referenciados por outros artistas. Você consegue ouvir pequenos trechos que lembram o Duran Duran. Mas acho que temos espaço. Não estamos tentando competir com a Taylor Swift ou com o Justin Bieber, sabe?”.
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Ao falar sobre a declaração de Mr. Hudson, que descreveu o Duran Duran como a “maior banda do mundo”, Simon refletiu sobre a química que mantém a banda unida por tanto tempo: “É a coisa mais estranha. Porque estamos fazendo isso há 40 anos… parece tão natural. Mas, olhando de fora, é estranho. Somos ótimos amigos. Nós superamos as nossas diferenças. Todas as imperfeições que eram irritantes 40 anos atrás, ainda estão aí. Elas ainda estão lá, mas não irritam mais. Aprendemos a aceitar um ao outro”.
Com “Danse Macabre”, Duran Duran reafirma sua relevância na música, provando que a reinvenção constante é o segredo para permanecer no topo. Para Simon Le Bon, a verdadeira essência da banda não é só sobre olhar para trás, mas também sobre explorar o que está por vir. Afinal, quatro décadas depois, eles ainda estão dançando — e levando o público com eles. Assista aqui a entrevista completa:
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